quarta-feira, 11 de junho de 2008

Descrição da imagem mental que tive, aquando da minha mais recente epifania @ Sala de Abate

É um dos últimos dias de Setembro e está um calor de cortar a respiração. Incrivelmente não estou na Ribeira a saborear o contentamento das crianças que se atiram ao rio, num surto liberdade e poder.
Oiço um sussurro que soa a cântico de morte. As palavras saem da minha boca como se estivesse programada para as proferir. Olho em volta: estou numa sala, fechada, abafada, onde se sente a expiração de cada pessoa que nela se encerra. Nela, 200 alminhas esperam a salvação, a sentença, ou a simples luz verde para poderem passar o resto do seu dia na praia. A sua cara transparece ilusão, medo, fadiga, esperança.. um misto de sentimentos que consome o pensamento destas reles crianças. Circundando-as, estão pessoas vestidas de negro que abafam as mais variadas aventuras sobre os recentes meses passados nas terras mais distintas, nos mais diversos climas, com o mais vasto cocktail de pessoas. Falam do típico Verão português nas praias nacionais, da viagem tantas vezes adiada pelas cidades europeias, tão repletas de história, mas tão sedentas de novas histórias, das férias passadas numa ilha deserta no Mar das Caraíbas... Nos seus olhos espelha-se a emoção de partilhar cada pormenor com os colegas, agora sem olheiras, sem livros, capas, nem fotocópias que começam a crescer, exponencialmente, no topo da secretária, até à derradeira época de exames...
Ao longe ouvem-se passos, que instalam a agitação na sala. Quem se encontra ao meu lado coloca-se em sentido, hirto, respeitando o que já conhece e aceitando tudo como facto consumado. Contudo, nas cobaias, noto uma delicada insegurança, uma expectativa ora optimista, ora pessimista. Pautam-se nas caras um número infinito de questões: "Será que é agora que vamos ser apedrejados?", "Quem será que vou comer na flower?", "Será que é agora que vamos embora?", "Será que chego a casa a horas de ver os Morangos?", "Quando é o cortejo?", "Já bebia uma coca-cola!"...
De repente, num estrondo enssurdecedor, a porta bate! Entra uma figura coberta de negro, revestida por uma capa, que lhe confere um ar confiante, misterioso e extremamente sensual. Aqui e ali soltam-se suspiros de prazer! O seu olhar penetrante percorre toda a sala, levando o rubor a muitas donzelas. Num ápice, soltando a capa de uma só golpada, ouvem-se as derradeiras palavras:
_Eu sou o Tino, Jus-Tino!
As meninas soltam ais de loucura, atirando de imediato a sua lingerie aos pés do seu cavaleiro. Na sua mente só permanece uma certeza: "Estamos salvas, chegou o Jone."




(dedicado ao Jone)
Adji*

2 comentários:

Rosi disse...

so tenho uma coisa a dizer


....CÁ MEDOOOOOOO!!! =D

Jone Tino disse...

Ai meu deus...Coitadas das caloiras que tiverem de levar com exa personagem em cime...Não literalmente...Vai come-las a todas...Faço minhas as palavras da Rosa...KA MEDO...
P.S.-AVÉ ADELAIDE...Nã tenho mais nada a dizer...I loube iou...tas na miha boxexa;)