Camundongo - Vida e Obra

Capítulo Terceiro

Caracterização sócio-cultural

A espécie apresenta estratificação, cada grupo ou elemento desempenha uma certa função.

Camundongo agricultor: responsável pela disponibilização e tratamento dos vegetais. Anda pelas ruas distribuindo o seu charme a imigrantes de leste e tem como passatempos arrumar carros e conhecer amigas dos amigos. É o líder do movimento “Grunhos Power”, sendo aclamado pelos restantes membros da espécie por gritos eufóricos de sensualidade.

Camundongo Chefa ou Manjerico: é aquele que transmitiu conhecimentos da cultura dos vegetais possuindo uma engenhoca de vidro e com uma mangueirinha muito cobiçada. Considera as casas de banho potencias locais de repouso e tem uma fixação por cães, com os quais compara os restantes membros da sua espécie.

Camundongo Batman: como o nome indica, gosta muito desta personagem da banda desenhada, deixando à pouco tempo o seu ídolo de longa data, o companhia. Quando demasiado hidratado, comporta-se como uma pinchona. Gosta da bene e diz “que nã”. É devoto de um canídeo que infortunadamente está longe e das paredes das habitações humanas que muito aprecia rasurar.


Camundonga cenoura ou cravas: Vai a rastejar para casa, trepa camas e faz pequenas sestas junto a fontes. É animal migratório, vivendo com a alma em duas cidades. É responsável por cravar menires. Como passatempos, aprecia dar à entrada da instituição pública que frequenta o que consumiu durante a noite e andar a péum. Tem visão de águia para as grelhas dos restantes seres vivos.

Camundonga Motorista ou xakira: É proprietária de um veículo que usa para distribuir camundongos pelas habitações humanas. Encontrou uma lanterna mágica e pediu ao génio “capillus” de indiana, tornando-se assim na xakira. Além disso, participou recentemente num filme de terror como saco de box. É encontrada frequentemente em locais desprotegidos da instituição pública que frequenta. É responsável pelo espólio de propaganda médica da espécie.

Camundonga Ecologista: Ganhou o prémio “Grande Invenção do Ano” graças à bebida laranja, vivendo à custa deste néctar que distribui numa máquina verde. É responsável pela produção de adubos e devolve à terra aquilo que ela lhe deu, nomeadamente aletria, iguaria muito apreciada por árvores. Faz parte do clube de fãs “De péum nas casas de banho” e numa vida passada foi uma camundonga campestre, da qual herdou o seu peculiar sotaque.

Camundonga Fenómeno Inglês: Esta camundonga constitui um mito para alguns e uma certeza para outros. Guarda o segredo do pote de ouro no fim/início do arco-íris e sabe onde está o D. Sebastião, partilhando o esconderijo com ele. Tem descendência yolandiana e é apreciada em posição inferiores.

Camundonga Irmã: é a camundonga responsável pela segurança e bem estar dos restantes membros da comunidade, mantendo-se suficientemente alerta para eficazmente cumprir a sua missão na casa repleta de espiritualidade que habita. É de descendência sulistas apreciando as boas colheitas. O seu fuso horário é sensivelmente diferente dos restantes camundongos, regendo-se por um ciclo circadiano predominantemente nocturno.

Camundonga Extremista: Este tipo de camundonga, vive mais recatada, não se envolvendo muito nas vivências do pico da espécie. Porém, como defensora das causas quando participa é extremista. Como comunicação recorre aos ditos “Eu estou bem”, “UhWuuu” e “Al-ta-men-te”.

Camundonga Marcial: Este grupo surgiu recentemente, tendo sido declarada animal perigoso. Em dias de adoração do líquido e do menir a sua abordagem tem de ser cautelosa e de preferência com distância mínima de segurança. Natural de terra tropical, os seus antepassados detém um armazém bastante apreciado entre os restantes membros da espécie. Aprecia latas, escadas de locais de lazer e rotundas com anémonas.